Thursday, November 30, 2006

O cinema e a moda - perfeita união


Tippi Hedren em Os Pássaros de Alfred Hitchcock


Moda e cinema sempre andaram juntos. Moda também sempre foi o espelho dos grandes movimentos da humanidade, assim como das revoluções científicas, sociais, culturais e tecnológicas, sendo o cinema a grande vitrine dessas transfomações.

A indumentária (roupa) existe quase que desde o surgimento do homem. Surgiu por necessidade de proteção e com o tempo adquiriu o poder de diferenciar os nobres dos plebeus. Mas até o século XV as roupas não mudavam com frequência, eram sempre as mesmas modelagens e cores, diferenciavam apenas um povo do outro. Isso tudo mudou com o Renascimento, foi a partir dele que os trajes começaram a mudar com frequência. Antes do Renascimento além dos plebeus não poderem usar os mesmos tipos de roupas que a corte usava, existiam também leis que regulamentavam até a quantidade de tecido, ouro e pedras que uma roupa poderia ter. A moda propriamente dita surge quando os plebeus começam a querer imitar os nobres, que para fugir das imitações começam a mudar freqüentemente as suas roupas.

Com o avanço da tecnologia, e principalmente da comunicação, o mundo evoluiu e a indumentária também. Mas principalmente houve uma evidente evolução na rapidez com que a moda passou a ser disseminada, e essa rapidez ficou mais evidente com a invenção do cinema. Primeiramente por ser mais um meio de comunicação, e em segundo lugar por transformar a roupa e a vida das estrelas num objeto de desejo.

Foi no século XIX que surgiu o cinema. Uma invenção dos irmãos Lumière que na época buscavam meios de melhorar a fotografia. O cinematógrafo, a invenção que possibilitou a criação do cinema, é o grande responsável pela revolução cultural que o cinema causou e ainda causa atualmente. A primeira exibição cinematográfica foi no subterrâneo de uma café em Paris. A partir daí o cinema foi disseminado por toda a Europa e depois pelo mundo, sendo algum tempo depois considerado como a sétima arte.

O cinema de início tinha como principais funções registrar acontecimentos e narrar histórias. Por ser um registro de imagens valioso, ele também é visto como uma das principais fontes de pesquisa de moda. De início a questão do figurino não era de tamanha relevância, mas a partir do momento em que os filmes passaram a ser produzidos mais cuidadosamente o figurino passou a ter uma grande importância tanto na função de acervo histórico como para dar realismo aos personagens da trama retratada.

Diretores e produtores sempre lançam mão do figurino parar afirmar um personagem, concedendo-lhe certa peculiaridade. Um clássico exemplo é a Grace Kelly que sempre usava trajes mais claros e luzes diretas, uma forma de "mitificar" a atriz e seus personagens.

Segundo Jean Baudrillard, é por meio da personalização que as pessoas definem-se em relação a seus objetos, estes constituem uma gama de critérios distintivos, mais ou menos, arbitrariamente, catalogados em uma gama de personalidades estereotipadas. É esse o artifício que os figurinistas e estilistas utilizam para compor os figurinos de estrelas de cinema, eles são transformados em ícones a serem reproduzidos pela moda. O figurino está acarretado de signos e significantes que determinam seu valor social, é o apelo do sonho de consumo.

A moda e o cinema tem um grande elo em comum, eles são vendedores de sonhos, o que chega a ser uma necessidade no mundo caótico atual. É por isso que o cinema com o tempo deixou de ser apenas uma referência de moda e comportamento para ser também a grande indústria vendedora de moda do mundo. O cinema se transformou numa vitrine almeijada pelas grandes marcas. A roupa da personagem do filme tornou-se um sonho de consumo.Porém sonho de consumo de uma forma de vida, e não apenas da roupa, que é exatamente o conceito que as grandes marcas de roupas tentam nos passar quando trabalham em conjunto com o cinema. Ao usar um vestido Givenchy, você não é apenas uma diva do cinema. Você é a Audrey Hepburn usando um Givenchy e olhando a vitrine da Tiffany's comendo uma rosquinha. As personagens de Hollywood são as principais fontes de pesquisa na hora que os estilistas poem sua criatividade à tona, sendo as mocinhas de Hitchcock as preferidas e mais imortalizadas pela moda.

Curiosidades – O diabo veste Prada
O Diabo veste Prada tem sido o comentário de cinema e moda nesse momento. O filme tem arrecadado grandes bilheterias pelo país, sendo o filme mais visto em muitos Estados. Toda essa movimentação é porque a diabólica jornalista retratada no filme “O diabo veste Prada” na verdade é a toda-poderosa editora chefe da Vogue América, Anna Wintour. Aos 55 anos de idade, essa inglesa revolucionou o jornalismo de moda desde que assumiu o cargo na Vogue. Dizem que quando foi fazer a entrevista de admissão com outra figura lendária do jornalismo de moda, Diana Vreeland, ela se deparou com a pergunta “que cargo você pretende assumir na revista?” e a resposta foi “o seu”. O pai de Anna foi um grande jornalista norte-americano, Charles Wintour, que foi chefe do jornal Evening Standard. Mas Anna sequer chegou a freqüentar uma escola de jornalismo. Aos 16 anos ela abandonou a escola ao ser repreendida pela diretora por estar usando na escola uma mini-saia. Com isso, fez da “swinging london” sua faculdade, freqüentando festas, conhecendo fotógrafos, estilistas e até trabalhando na Biba, uma das lendárias lojas londrinas dos anos 60. Depois acabou se tornando repórter de moda da Harpers&Queen. Anna já serviu de inspiração para persoagens de outros filmes devido à sua personalidade forte e relevância no mundo da moda. Um exemplo é o Willy Wonka, do remake da Fantástica Fábrica de Chocolates. No filme Willy usa óculos e cabelo idênticos aos de Anna, além de alguns gestos.

- Lista de filmes que pode servir de referência da moda do século XX organizada cronologicamente.
1920 – Moderns (Allan Rudolph, 1987)
1926 – The Lodger (Alfred Hitchcock, 1926)
1931 – Henry e June (Kaufman, 1990)
1939 – A era do rádio (Woody Allen, 1987)
1946 – Gilda (George MacReady e Joseph Calleia, 1946)
1946 – E deus Criou a mulher (Roger Vadim, 1956)
1954 – Sabrina (Billy Wilder, 1954)
1955 – Juventude Transviada (Nicholas Ray, 1955)
1956 – Cinderela em Paris (Stanley Donen, 1956)
1960 – Bonequinha de Luxo (Blake Edwards, 1960)
1962 – Hairspray (John Waters, 1988)
1963 – Os Pássaros (Alfred Hitchcock, 1963)
1966 – Blow Up (Michelangelo Antonioni, 1966)
1969 – Hair (Milos Forman, 1979)
1969 – Sem Destino (Dennis Hopper, 1969)
1973 – Casino (Martin Scorcese, 1995)
1975 – Sid & Nancy (Alex Cox, 1986)
1978 – Os embalos de sábado à noite (John Badlan, 1978)
1986 – Conta Comigo (Rob Reiner, 1986)
1987 – Máquina Mortífera (Richard Donner, 1987)
1994 – Pulp Fiction (Quentin Tarantino, 1994)
1995 – Kids (Larry Clark 1995)

2 comments:

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